O Teatro Nacional Cláudio Santoro está retomando a aparência original. As réplicas dos blocos de concreto projetados por Athos Bulcão* começaram a ser instaladas nas laterais do prédio. A obra O sol faz a festa do artista plástico era composta por mais de 3 mil blocos de diferentes tamanhos, que criavam sombras distintas a cada hora do dia. Os novos blocos são mais leves e resistentes que os anteriores. As peças originais, que foram retiradas em 2008, tinham concreto e uma estrutura de ferro que não existe mais no mercado. A solução encontrada pelos técnicos para manter a qualidade e o visual dos blocos foi usar argamassa e fibra. O painel vai ficar exatamente como era antes. "Os blocos estão sendo reconstruídos da mesma forma" por uma empresa de Goiânia (GO) e instalados aos poucos. Os trabalhadores usam argamassa para fixá-los na parede. Por serem mais resistentes, a expectativa é de que os blocos durem mais de 50 anos. O painel de Athos Bulcão foi instalado em 1966 e passou mais de 40 anos sem manutenção - vez ou outra, ele era pintado para cobrir a sujeira. A lateral sul tem 1.693 blocos e a norte, 1.698 - totalizando 3.391 peças. Uma das dificuldades da revitalização foi fazer uma reprodução fiel dos blocos, desenhados por Athos em cinco modelos com medidas diferentes. Os moldes usados nos anos 1960 para confeccionar as peças não existem mais e foi preciso criar outros.
Athos Bulcão - o artista nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Ele trabalhou como assistente de Portinari no início da vida adulata e é o autos de diversas obras em Brasília. São projetos do artista os azulejos do Mercado das Flores, da Rodoferroviária e da Igrejinha da 307/308 sul. Athos morreu na manhã de 31 de julho de 2008, aos 90 anos.
(Correio braziliense, 31 out 2009, com adaptações)
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